Todos nós nos consideramos fortes. Achamos que podemos caminhar sem tropeçar nem uma vez sequer. Mas na verdade, a trilha da vida é cheia de surpresas, e por mais que achemos que somos capazes de nos equilibrar sozinhos, vão aparecer pedras no caminho que nos farão cair. É nossa responsabilidade, no entanto, ser forte o suficiente para levantar e aprender com o tombo.
Nós, seres humanos, somos um poço infinito de sentimentos, dos mais variados possíveis. E essa variedade e intensidade, infelizmente, nos deixa incapazes de controlá-los. Não escolhemos quando vamos nos sentir bem ou mal, e, por isso, desenvolvemos armaduras dentro de nós para poder seguir com a nossa vida. Muitas vezes, nos enganamos, mentimos para nós mesmos para nos reconfortar. Mas isso não nos faz bem, porque no fundo estaremos mal da mesma forma.
Não adianta se encontrar em uma tentativa iminente de não se permitir sentir. Todos sentimos, porque é assim que desenvolvemos a capacidade de percepção. Porém, cada um tem a sua forma de sentir, sua própria sinestesia, sua essência. Sentimos e demonstramos nossas percepções de formas diferentes. E necessitamos aceitar isso. Admitir que a vida é cheia de surpresas, inclusive no modo como vamos nos sentir em reação a algo. E conseguir acolher essa variedade de sensações que carregamos dentro de nós.
Além disso, precisamos estar conscientes de que o sentir relaciona-se com as pessoas que nos envolvemos. É fato que nos conectamos com quem convive conosco e que estes vão influenciar nossos sentimentos. Assim, muitas vezes, tentamos nos impedir de sentir algo pelo outro, por medo ou por achar que somos autossuficientes. Isso está errado, ninguém vive sozinho. Essa conexão entres os homens é essencial, aflora nossos sentidos.
O que acontece é que todos temos um ponto fraco. Por mais que achemos que somos fortes o suficiente para vivermos sozinhos, vai chegar um momento na vida que perceberemos que isso é impossível. E, você, que se considerava um iceberg no que tange a sentir, vai perceber que todo iceberg uma hora derrete. E quando ele derrete, é como se nunca tivesse sido resistente de tão vulnerável que se torna. Todos precisamos de alguém e, bem lá no fundo, todos sabemos disso, por mais que não queiramos admitir.