sábado, 30 de maio de 2015

VIAJE, AVENTURE-SE, LIBERTE-SE

Somos programados a seguir um padrão de vida pré-estabelecido por uma sociedade individualista e que visa o lucro. Que tal escapar dessa cilada e tentar viver sua vida da melhor forma possível: aventurando-se?




Nascer, crescer, reproduzir, envelhecer, morrer – esse é o ciclo da vida que geralmente ensinam na aula de biologia. Mas entre o nascer e o morrer, há muita trilha para caminhar e, para mim, a melhor forma de trilhá-la é conhecendo novos lugares, novas culturas, novas pessoas... enfim, conhecendo o mundo e suas múltiplas facetas. E, desta maneira, descobrir a si mesmo.

Na geração atual é cada vez mais comum encontrar pessoas que estão deixando o emprego e a “vida estável” que levam para viver viajando. Pessoas que não se contentam com os padrões impostos pela sociedade, que querem ir além, se libertar das cordas sociais, viver a vida ao máximo, aproveitando tudo que ela possa proporcionar. Pessoas que querem experimentar o sabor de cada cantinho desse mundão e, assim, se conhecer.

Como dizia Renato Russo, “Quando nascemos fomos programados a receber o que vocês nos empurraram com os enlatados dos USA, de 9 às 6”. E não são apenas os enlatados que foram empurrados à nós, somos forçados a nos encaixar em uma sociedade que espera que sigamos um “manual de como viver a vida”: estudar feito loucos para passar no vestibular e entrar na faculdade, estudar feito loucos para sair da faculdade, trabalhar feito loucos para ganhar dinheiro e, desta forma, “ser alguém na vida”.

Mas “ser alguém na vida” tem que estar atrelado ao sucesso financeiro e profissional? Não. Pelo menos, não na minha opinião. Ser alguém na vida é ter sucesso pessoal, se sentir pleno e feliz com a vida que leva, independentemente da condição financeira, da profissão escolhida, da faculdade cursada. É claro que temos que ter dinheiro para ter uma estabilidade, mas não precisamos fazer

dele o foco da nossa vida. Isso mesmo, nossa vida. A vida é nossa, não do dinheiro.

Há quem diga que dinheiro traz felicidade. Eu discordo. A felicidade é um sentimento, é um estado de espírito. O dinheiro nos proporciona momentos felizes, em que o ter algo nos traz atenção alheia. No fundo, a ambição está associada com a impressão que queremos deixar para os outros. Para conseguir chegar a um estado de felicidade, é preciso muito mais do que ter, é preciso ser. É preciso sentir. E existe forma mais intensa de sentir do que viajando?




Viajar nos proporciona uma variedade de sensações e sinestesias. Permite que ampliemos nossos horizontes a partir das novas experiências que estamos vivenciando, de modo a nos ajudar a formar nossos conceitos e opiniões. Com essa soma de vivências, acabamos nos descobrindo, sempre levando um pouquinho de cada lugar que conhecemos e deixando lá um pouquinho de nós. Essa troca é gratificante.

É difícil nos libertar das imposições sociais que estamos expostos, mas não é impossível. É preciso coragem para enfrentar uma série de desafios, afinal, nada é completamente bom e fácil, precisamos passar por provações para poder enxergar melhor o lado positivo das coisas. Mas as sensações de viver uma aventura são imensuráveis. Viajar é aventurar-se. Viajar é libertar-se. Então, eu te desafio: viaje, aventure-se, liberte-se.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

AMOR AUTÊNTICO

Carentes e necessitadas de amor, as pessoas estão sempre tentando ser amadas. Mas nessa perturbação constante causada pela incerteza em saber se serão, elas estão deixando de amar. Assim, sem perceber, estão se esquivando do amor autêntico e suprindo-se com outros sentimentos.

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Um amigo veio conversar comigo, que sou uma pseudo-psicanalista nas horas vagas, sobre a crise que estava enfrentando no seu relacionamento de 5 anos. Ele estava em situação de desespero, porque não conseguia se imaginar sem a namorada, que queria terminar a relação. Ele começou a me dizer que não aguentava nem imaginar como seria a vida dele sem ela e que faria de tudo para não a deixar ir.

Diante dessa avalanche de informações sobre a necessidade que ela representava na vida dele, eu cheguei à uma conclusão: ele não a ama. Ele está acomodado com a presença dela na vida dele. Eles estão juntos a tanto tempo, que ele deixou de viver para si mesmo e começou a viver para a relação, que se desgastou com esse excesso de cuidado. Afinal, como diria meu pai, tudo em excesso faz mal.

Eu tive a certeza disso, quando assisti a esse vídeo. A monja conseguiu transformar em palavras tudo que eu estava imaginando sobre o relacionamento deles. Assim como ela diz no vídeo, eu concluí que ele não a amava, ele estava apegado por ela. O amor genuíno é aquele que te faz sentir necessidade de ver o outro feliz, independentemente de você fazer parte dessa felicidade; enquanto o apego te cega. Quando você está apegado por alguém, você quer que essa pessoa te faça feliz. Estar apegado em alguém é um tanto quanto egoísta, não é?

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Toda essa reflexão me fez pensar em como o amor está sendo banalizado na sociedade atual. O amor é algo tão lindo e as pessoas, nessa ânsia por serem amadas, não estão amando. Elas estão apenas se apegando e por isso vê-se cada vez mais pessoas infelizes e incompletas. Nós não podemos depositar em alguém a função de ser responsável pela nossa felicidade. Nós mesmos somos responsáveis por ela.

Desta forma, antes de querer estar em um relacionamento, você deve estar bem consigo mesmo, deve estar feliz. Temos que entender que ao estar com alguém, não devemos estar tentando nos completar, pois devemos ser suficientes para nos fazer sentir completos. Ou seja, a pessoa com quem estamos nos relacionando não vai e nem deve nos preencher, mas nos transbordar. Essa situação de sentir-se dependente de alguém não é amar. O amor é generoso, o amor é gratidão, e quando amamos alguém queremos fazer essa pessoa feliz, mesmo que a felicidade dela não nos inclua como protagonistas.

E como diria Dalai Lama, “ Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar”. Não tente prender a pessoa amada, deixe-a livre para escolher o caminho que julga ser o necessário para sua felicidade. O amor que existir entre vocês, se for realmente amor, vai ter criado raízes e seu alguém amado irá voltar, e quando ele chegar, apenas o dê motivos para ficar.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

VIVA

A vida é uma só e passa num instante sobre nossos olhos, afinal, não controlamos o tempo, que passa muito rápido. Mas será que estamos controlando nossa vida para aproveitar esse tempo da melhor forma possível?





A vida abre um leque de opções muito grande para vivermos. É difícil escolher qual caminho seguir, especialmente vivendo em uma sociedade que impõe padrões e comportamentos a serem seguidos. É difícil tomar decisões e poder chamá-las de nossas. Somos envoltos por uma bolha que impede que atinjamos nosso limite real, mas nos impõe um limite a ser atingido. Pensando assim, será que realmente vivemos?

Se não nos livramos dessa bolha, a resposta é clara: não. Não estamos vivendo. Não estamos tomando nossas próprias decisões. Não estamos sendo nós mesmos. Para conseguirmos atingir esse “nível” precisamos nos ver livres de uma série de pensamentos que não são nossos, são impostos a nós. A questão é que não conseguimos nos libertar disso, porque, na verdade, não estamos nem sequer tentando, estamos acomodados.

Sabe o que precisamos fazer? Precisamos parar de nos importar com o que os outros vão pensar se agirmos de determinada maneira. Temos que buscar experimentar tudo que a vida possa nos oferecer, por mais errado que isso pareça. Se nos arrependermos? Bom, pelo menos saberemos que nos arrependemos de algo que fizemos e não de algo que deixamos de fazer. Pelo menos estaremos tendo a certeza de que estamos tentando, atingindo nossos limites, vivendo!




Talvez, viver seja isso, quebrar as regras. Desmistificar algo que temos como ideia fixa por não conhecermos o que realmente significa, por já termos sido moldados a pensar essa ideia. Viver é experimentar. É buscar ter suas próprias histórias, fazer suas próprias descobertas, formar seu conceito de mundo a partir do que você mesmo vivenciou, é enxergar o mundo com seus próprios olhos e não com o olhar alheio.

E é isso que torna a vida intrigante. Não saber ou conhecer nada, mas ter a oportunidade de aprender. Não ter a certeza do que vai acontecer, mas ter a certeza de que vai se deliciar com cada oportunidade inusitada que o mundo te oferecer para formar seus conceitos. É não se importar, mas buscar. É mergulhar nesse mundo em busca de uma aventura intrigante. E ao fim, poder chamar essa sua aventura de sua vida.

Então, eu digo: chore, ria, grite, extravase, faça tudo que lhe vier à cabeça. Aja impulsivamente, aja calculadamente, aja de acordo com o momento. Não sobreviva, não “empurre a vida com a barriga”, encare-a, afronte todos os desafios que ela lhe propor. Viva para si mesmo, mas viva tudo que pode viver, seja bom, seja ruim. Apenas viva. E lembre-se: nunca é tarde demais para viver.

Para entrar no clima, eu sugiro que ouça essa música.